top of page
Buscar

CASA 40 | Soluções topográficas e climáticas


Recapitulando nosso papo, a Casa 40 é um projeto conceito desenvolvido por nós da ERI Projetos com o objetivo de explorar nossa identidade arquitetônica, e também, incentivar alguns conceitos e sensações em nossos atuais e futuros clientes.


E antes de mais nada, ao pensarmos em um projeto de qualidade e alcançar todos os objetivos pré-estabelecidos, precisamos definir nossa localidade, nosso terreno de trabalho. E digo isso, principalmente para que possamos entender o quão importante isso se fará daqui pra frente, sendo para esse projeto ou para qualquer outro. Quero que você consiga compreender que todas as decisões influenciam diretamente no seu habitar.


Ok, vamos ser diretos agora, assim como dissemos recentemente, selecionamos terrenos dentro do Residencial Cuscoville em Analândia, mas o que eu quero, é que você entenda o porquê dessa decisão. A Casa 40 faz um convite, o convite de relacionar a família e os amigos, com a natureza, buscamos nesse projeto fomentar esse contato com o natural, seja pelo toque ou através da contemplação.

Com a proximidade dessa morada com o Morro do Cuscuzeiro, o Morro do Camelo e toda a mata à volta, conseguimos alcançar esse objetivo, e estamos colados à natureza, sentindo seu cheiro, vendo sua paisagem, tocando em suas folhas e plantas.

De modo prático, não só a localidade importa, mas também os terrenos escolhidos se fazem importantes. Sendo assim, definimos por uma unificação de dois terrenos, posicionados estrategicamente no ponto mais alto do condomínio. Essa definição ocorreu de forma proposital para que tenhamos visadas mais interessantes, pois dali podemos observar os dois morros, a cidade, todo o condomínio, e ainda estar próximo da mata. Além das visadas interessantes a partir dessa localização, temos também, um acesso facilitado por todo o condomínio, estamos próximos da entrada e das áreas comuns do espaço.

A partir da definição dos terrenos, precisamos compreender o que o solo nos conta, como sua topografia funciona e identificar quais mudanças realizar, o que manter e o que evidenciar. Inicialmente, podemos observar que em um curto espaço de terreno (24 metros) temos uma declividade de 6 metros, e para evidenciar ainda mais toda essa declividade, ela ocorre em duas direções diferentes, para o lado horizontal (rua) e lado vertical (avenida).

Ok Victor, mas o que isso quer dizer?

Quer nos dizer que os terrenos da Casa 40 possuem uma declividade diferenciada e bem marcante. Que ao construir ali, nos daria o potencial de trazer soluções em meio a dificuldades. Mas se acalme haha, já ́já volto a esse ponto para te explicar como solucionamos esse ponto.


Por hora, vamos trazer outra questão extremamente importante dentro de qualquer projeto de arquitetura: a identificação climática do local, entender os direcionamentos de vento e nascente e poente de sol é fundamental para que possamos realizar uma obra eficaz. Eficaz na redução de custos com ventilação forçada, ar condicionado por exemplo e iluminação artificial, mas principalmente trazer maior conforto térmico e sensações para o lar.

Tendo como premissa a nascente de sol para leste e a poente para oeste, precisamos levar em consideração que nossas fachadas precisam usufruir de benefícios dessas informações e que nós, como arquitetos, devemos posicioná-las para que se aproveitem de alguma forma, e assim o fizemos.


Nossas fachadas de maior extensão estavam para norte e sul, definimos então que toda parte íntima (dormitórios, banheiros, home) estaria com sua face para sul, pois assim garantimos que o sol da manhã incidisse com mais intensidade, trazendo benefícios à saúde dos moradores e sensação térmica mais amena.

Agora, meu Deus haha, a outra fachada com maior extensão ficou para norte!! Sendo ali o sol da tarde, que trará maior incidência solar, sensação de mais calor, o que fazer? Pois é, o que fazer?

Quero que aqui, possamos partir de uma premissa, muito presente na arquitetura, e quem sabe até da vida: se há um problema, não há porque escondermos ou tentarmos camuflar ele, devemos em determinados momentos assumi-lo e encará-lo, e quem sabe até evidenciá-lo como forma de solução.


Aqui na Casa 40, definimos que na fachada norte traríamos toda a área social, pois através dela poderíamos explorar um dos maiores conceitos desse projeto: a contemplação e contato com a natureza. Através dessa fachada temos o melhor visual do condomínio, temos toda a visão para a mata e os morros, e bem como o por do sol, e não podíamos desprezar esse potencial. Então, as salas, a cozinha, todo o espaço de contemplação ficaram voltados para a fachada norte.

E para trazermos maior conforto térmico, trabalhamos com mais paisagismo a fim de trazer mais sombra e absorção da massa quente e no arquitetônico, trabalhamos com uma marquise maior, a fim de proporcionar uma sombra maior e controlar a incidência solar direta para dentro dos ambientes.

E agora o ponto principal, e do qual, eu mais gosto nesse projeto: o muxarabi. O muxarabi traz o poder de brincarmos com a luz e sombra, com o dinamismo visual e a não monotonia da fachada. Isso ocorre, pois através da entrada de luz e da movimentação do sol durante o dia, podemos ter em momentos diferentes um desenho diferente da sombra refletida nas superfícies da morada. Além disso, o muxarabi traz muita semelhança estética ao cobogó. O cobogó é um elemento arquitetônico muito tradicional brasileiro, e aqui reforçamos mais um conceito do nosso projeto, a brasilidade.

Pausa, respira, já está acabando! haha


Vamos retomar para a topografia?

Acredito que após identificarmos os principais pontos de localização, desenho topográfico, e clima, já podemos partir para algumas decisões. E assim que definimos como funcionaria nossa setorização de fachadas, precisamos entender como o prédio irá se comportar no terreno.


Preciso aqui voltar a mais um conceito desse projeto, o respeito à topografia, e claro, na Casa 40 fizemos o máximo para respeitar o desenho e comportamento do solo. E para te mostrar isso de forma prática, quero que me acompanhe no projeto de trás pra frente. Vamos iniciar na área de lazer, em que trabalhamos com um platô estruturado por muro de arrimo (gabião).

Definimos que nossa área de lazer estaria em um platô como forma de evidenciar e facilitar sua comunicação com outras áreas. Então se vocês observarem nas imagem, vão reparar que toda a área de lazer “abraça” todo o terreno, dali temos acesso visual para a casa, para o quintal, para a casa da árvore, para a área de serviços e estacionamento, e principalmente, para a área externa contemplando toda natureza envoltória.

Partindo agora para a casa de fato, vemos também mais um platô, ao mesmo nível da rua principal, os motivos se assemelham aos que pontuamos sobre a área de lazer, mas aqui nossos maiores objetivos eram a facilidade de acessos e também trazer à vizinhança a importância da nossa arquitetura, “o bloco lar” mostra a que veio e assina a identidade dos moradores.


Mas ainda aqui, trouxemos em soma ao platô, os taludes, posicionados estrategicamente com o intuito de delimitar os acessos e setorizar os usos, aqui conseguimos impedir subliminarmente o acessos de estranhos para dentro do lar, e contamos com o paisagismo como barreira em soma aos taludes.

Com toda a declividade, os platôs trouxeram novos níveis para a Casa 40, e então definimos que os níveis inferiores, seriam nossos locais voltados para as funções técnicas de toda família, então nesse “subsolo” (não é um subsolo, pois não está enterrado no solo), posicionamos o estacionamento da família, a área de serviços, manutenções, armazenamentos e também, porque não, um espaço para brincar. O que faz com que esse lugar não seja feio e menos convidativo, é principalmente, o uso do gabião como estrutura para os platôs, assim como todo o paisagismo e iluminação. Essas decisões se fizeram importantes e eficazes, por trazerem a mesma linguagem estética de todo o restante do projeto, e ainda por trazer as sensações de toque com o natural, tornando aquele espaço que naturalmente é hostil, em um local convidativo à permanência.

Agora, venham aqui comigo, quero que reparem nas próximas imagens, em como na prática nossas decisões trouxeram mais qualidade arquitetônica, de conforto e estética. Reparem, nossas visadas trazem diálogo e conexão. Conexão social com a área de serviços, do social com o espaço externo, do social com o lazer e do lar como um todo com a área externa.

Ok meus amigos, talvez eu tenha pego pesado no blog de hoje haha são assuntos mais técnicos, eu concordo. Mas eu também preciso que vocês concordem comigo, que sem essas etapas de projeto, teremos projetos menos eficazes, inteligentes, bonitos e interessantes. Todas as etapas do projeto são importantes, e por isso o acompanhamento profissional é tão importante para que seus investimentos tenham resultados felizes na história do que você pretende construir.


No vídeo (link abaixo), conseguimos explorar com mais profundidade as explicações sobre o projeto em si. O vídeo esta bem legal, vale a pena assistir :)


Obrigado por lerem até aqui, e já sabem, se tiverem mais dúvidas, nos chame em nossas redes sociais, em nosso whatsapp e também por e-mail.


 

CASA 40 | Soluções topográficas e climáticas

https://www.youtube.com/watch?v=DdCAgPP8STo&t=163s






8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page