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CASA 40 | DEFINIÇÕES ESTÉTICAS


E aqui chegamos ao último blog da Casa 40, a última temática será sobre as decisões estéticas desse projeto. Mas antes de tudo, gostaria de agradecer a todos que nos acompanharam nessa jornada, em que exploramos em um único projeto, as diversas e mais profundas camadas de um projeto arquitetônico. Pudemos aqui demonstrar a importância da nossa profissão, trazer valor e voz às tantas técnicas, decisões, pesquisas, estratégias que utilizamos para podermos trazer um resultado satisfatório para a morada dos nossos clientes.


Quero deixar claro, que a temática de hoje, foi a de minha maior expectativa em falar e trazer para todos vocês. Talvez seja a temática mais simples de ser abordada, por trazer questões estéticas e escolhas de materiais, mas minha empolgação se traduz por conseguir exemplificar, visualmente, todo o conceito e princípios que tanto acredito. Todos os caminhos até aqui foram e são importantes, mas através desse último, conseguimos mostrar a forma, o formato, a identidade e a personalidade da Casa 40.


Relembrando, a Casa 40, defende a brasilidade, a afetividade, a memória, a natureza, o natural e a autenticidade.


De início, quero abordar com vocês o uso da madeira, material extremamente rico em seu potencial, seja na estética, seja em suas funções técnicas. Como bem sabemos, a madeira é capaz de trazer conforto acústico para os ambientes, e isso acontece, pois a madeira consegue “filtrar” ondas sonoras de altas e baixas frequências, claro isso tudo dependendo de seu formato, e acabamento, mas de maneira geral, esse material faz com que as ondas sonoras sejam captadas e absorvidas em suas diferentes formas, trazendo assim uma sonoridade ambiental mais equilibrada, sem ecos, sem a passagem e recebimento de sons de outros ambientes.


A madeira, além de trazer o conforto acústico traz também o conforto térmico, pois é capaz de absorver melhor o calor e frio, tendo uma adaptação melhor das mudanças climáticas, isso ocorre por conta da sua absorção e por não dissipar as ondas de calor e frio, a madeira deixa a temperatura do ambiente neutra através da sua estrutura celular.


Em questões afetivas, acredito que a madeira traz uma memória agradável a todos nós, uma sensação de pertencimento muito forte. E acredito nisso, pois é um material construtivo muito tradicional no Brasil, e em outros países também, estamos todos habituados com a sensação de toque e o visual da madeira, e também, a conexão com a madeira nos traz uma relação muito forte com a natureza, nos trazendo ainda mais benefícios e sensação de conforto.


Na Casa 40 trouxemos a madeira "in natura" por toda a Casa da Árvore, em que todo seu desenho é feito com madeira de demolição. O objetivo aqui é realmente ser rústico e muito próximo da natureza, incentivando o pertencimento e a contemplação da paisagem próxima. Quase funciona como um ambiente camuflado entre as árvores.

Trouxemos a madeira como piso das áreas íntimas da casa e também no deck externo, aqui tínhamos a pretensão de trazer um toque mais quente, mais confortável e agradável. Trouxemos também, como definição para setorização visual, que subliminarmente traz a mensagem de que os ambientes mais íntimos são separados do restante da casa, e em soma a isso, trouxemos as paredes revestidas por madeira.

Dentro da estrutura da casa (vigas, pilares, forros), trouxemos o MLC (madeira laminada colada), uma madeira engenheirada capaz de trazer a estética que tanto queríamos e ainda implementar maior sustentabilidade ao projeto.


O MLC é um dos maiores "queridinhos" do nosso escritório, adoramos as formas e os acabamentos estéticos e principalmente como ele é feito e implantado. O MLC, bem como o nome diz, são basicamente, lâminas de madeiras reutilizadas, coladas que passam por um processo de prensa, garantindo maior flexibilidade do material e uma infinidade criativa para se usar.

Mas nem só de madeira a Casa 40 foi projetada, correto? haha


Pois bem, além de toda estrutura e acabamento em madeira, precisávamos pensar nos fechamentos desse projeto, ou seja, as paredes gerais. E confesso, aqui precisei "segurar a mão", pois sempre gostei muito de fechamentos artesanais em taipa, barro, tijolos, bricks, enfim materiais bem imponentes e rústicos. Mas a Casa 40 apresenta uma personalidade própria, uma imponência, e muita autenticidade, então nos fechamentos eu precisava trazer um maior equilíbrio visual, e maior sutileza, por isso, optei por paredes e acabamentos em branco, claro um toque mais natural e um pouco de rusticidade, mas de forma bem sutil. E como comentamos no blog anterior, na parede cega, trouxe o tijolo de demolição como acabamento para alinhar melhor a estética externa da casa.

Agora nos pisos, trouxemos além da madeira nas áreas íntimas e no deck externo, o concreto em sua forma mais natural possível, e em toda a extensão da área social.


Sim, em grande escala usamos o concreto. E claro, aqui surge uma dualidade na minha opinião. Nunca fui a favor de usar concreto, acho sim, que ele pode trazer uma sensação de frieza aos lares, e também um afastamento da sensação de pertencimento aos moradores em relação ao local. Mas aí que mora a questão, o concreto sendo utilizado em uma quantidade certa e também no local correto, pode enriquecer o projeto, as sensações. Acredito muito que tudo em exagero acaba refletindo uma sensação negativa. E em uma casa, para mim, a arquitetura brutalista acaba não dialogando com uma sensação de lar que tanto venho incentivando em meus clientes.


Porém na Casa 40, compreendemos que precisávamos incentivar todas as sensações da natureza, e a rusticidade, a brutalidade do concreto conversa muito com a natureza, e também a questão de praticidade na rotina de limpeza e manutenção, o concreto "casaria" super bem. Então sim, em casos específicos, bem pensados, e de forma equilibrada, o concreto vai super bem.


De forma resumida, julgo sempre necessário entender quais as intenções, vontades e personalidade que cada projeto nos pede e atender essas expectativas, aplicando nossos conhecimentos e técnicas.

A Casa 40 nos ensina muito sobre muitas coisas. Ensina principalmente sobre a união entre pessoa, natureza e arquitetura. Reparem como em todo o projeto essa união acontece de forma muito natural, sutil e convidativa.


Há, na Casa 40, a compreensão da relação das ações e comportamentos humanos. Com a Casa 40 aprendi que, nenhum de nós somos totalmente uma coisa ou outra, nem somos de tal sutileza, e nem de toda brutalidade, e sim, um equilíbrio (que oscila) dos nossos sentimentos e sensações.


Simplificando, na ação humana, na criação da arquitetura, há brutalidade e muita delicadeza. O artista, em seus conflitos, em seu caos, organiza e equilibra as sensações.

 

No vídeo (link abaixo), conseguimos explorar com mais profundidade as explicações sobre o projeto em si. O vídeo esta bem legal, vale a pena assistir :)


Obrigado por lerem até aqui, e já sabem, se tiverem mais dúvidas, nos chame em nossas redes sociais, em nosso WhatsApp e também por e-mail.

 

CASA 40 | DEFINIÇÕES ESTÉTICAS

https://www.youtube.com/watch?v=T60H0jW97oo&t=92s






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