top of page
Buscar

CASA 40 | Definição de volumes e visadas


Assim que iniciamos um projeto nos preocupamos com alguns pontos que sabemos que serão fundamentais no futuro lar de nossos clientes, e por isso sempre temos algumas conversas longas e necessárias para entender todo o contexto, objetivos e desejos dos nossos clientes.

Para além do entendimento técnico que precisamos ter, como dissemos nos últimos conteúdos: terreno, clima, topografia, entre outros. Precisamos entender quais as sensações principais que nossos clientes pretendem ter em suas casas, alguns optam por aconchego, outros por modernidade e tecnologia, outros por natureza, alguns por simplicidade, enquanto outros por luxo e assim por diante.

Mas sempre precisamos treinar o olhar dos nossos clientes para o externo, para o entorno. O que quero dizer, é que toda obra arquitetônica causa um impacto, seja no morador, no vizinho mais próximo, assim como em um bairro, cidade, e/ou até país. Sabendo disso, e conduzindo nossos clientes, buscamos por soluções estéticas, técnicas e funcionais que atendam os desejos e informem a identidade e personalidade dos mesmos.

Para entender isso de forma prática, vamos analisar a Casa 40, e seus volumes, de forma que conseguiremos compreender o diálogo do projeto com o indivíduo morador e com o indivíduo observador (pessoa externa à casa).

Iniciando então, pelo volume principal da Casa 40, o volume da morada em si. Observe que é um volume geométrico retangular, padrão, mas para quebrar essa estética visual monótona e pouco interessante, trabalhamos com materiais e elementos arquitetônicos como complemento estético.

O muxarabi nesse caso, trouxe toda a permeabilidade visual, leveza e sofisticação que tanto procurávamos. Através de toda essa permeabilidade pudemos gerar uma conexão com o externo, um diálogo com a natureza. Há aqui a sensação do pertencimento - humano e natural - quase não há uma separação/quebra visual, há na verdade, uma união.

Optar por esse elemento, nos trouxe ainda o jogo de luz e sombra que tanto adoramos por aqui no escritório, a capacidade dos cheios e vazios que acontecem com os desenhos vazados do muxarabi traz muita leveza e a não monotonia visual. O desenho da fachada, da paisagem principal da casa se modifica com a movimentação do sol, e traz todo esse jogo de luz e sombra que comentamos.

Ainda no volume principal, tínhamos a problemática das grandes extensões de parede, causando as famosas paredes cegas, que normalmente trazem um aspecto de rigidez, e até de rispidez para a poesia da criação da arquitetura. Mas ainda como técnica em soma das sensações, decidimos trazer para essas paredes, a vida dos materiais naturais, através do toque autêntico dos tijolos, e também através de formas conhecidas por nós, como a queda d’água dos telhados. Tudo de forma sútil e perspicaz, incentivando o pertencimento do espaço e a continuidade visual em relação à natureza próxima.

Ok, já já saíremos do volume principal para explorar os outros haha, mas ainda aqui, quero ressaltar o pátio interno, o pátio central. Quem nos acompanha, sabe que adoramos utilizar pátios, por identificarmos que traz uma sensação histórica, de memória afetiva em todos nós. Podemos observar através da arquitetura num geral, seja ocidental, europeia ou asiática, e sempre temos exemplares de bons projetos, sejam atuais, ou até mesmo milenares. De forma prática, o pátio interno traz o benefício climático por canalizar a ventilação, e também por auxiliar na distribuição da luz solar em diversos pontos atraveés de um único espaço, o pátio. Além claro, de incentivar o contato humano, e facilitar a comunicação de diversos ambientes de um projeto.

Agora sim, vamos explorar outro volume, falaremos agora sobre o volume lazer que naturalmente se sobressai sobre os outros, devido sua posição estratégica e os artifícios de uso do solo que utilizamos, pois através de um platô que se conecta com outras áreas através de passarelas, escadas, taludes, o volume lazer consegue se destacar sem grandes feitos construtivos, por assim, dizer. Isso acontece, apenas, por seu posicionamento e sua relação com o terreno como um todo e o externo. A maior técnica arquitetônica aqui, é o paisagismo, que gera uma conexão e unidade visual dos espaços, gerando à esse lugar uma sensação convidativa, e de forma interessante e em contraponto, consegue comunicar subliminarmente sua setorização, delimitando os espaços de acessos dos moradores e de pessoas externas.

De certa forma, a área de lazer, gera uma extensão de suas funções através da Casa da Árvore. Esse feito acontece exatamente pela continuidade estética, entre o paisagismo e os materiais de forma geral, em principal a madeira.

A Casa na Árvore, vem expondo o lado mais infantil e pessoal do arquiteto, Victor Tavares, vulgo eu haha. Confesso que aqui, precisei segurar a mão pra não colocar meus desejos mais genuínos da minha infância nessa Casa na Árvore. Talvez eu precise entender e pesquisar melhor, mas tenho a sensação que muitos de nós sempre tivemos essa vontade de ter um espaço de refúgio em nossas casas, para que possamos brincar, ter nossos momentos sozinhos, refletindo, ouvindo e contemplando a natureza.

E assim acontece na Casa 40, pois repare que o único lugar com dois pavimentos é sim nossa casinha na árvore. De forma proposital, trouxemos para este volume o posicionamento mais alto e de destaque, pois queríamos gerar ali, o maior ponto de contemplação de todo o projeto, de contato real com a natureza, de se pertencer e se destacar, quase mais do que a morada principal.

Assim como venho falando em todos os conteúdos até aqui, diversas decisões, escolhas e técnicas, por mínimas que possam parecer, influenciam diretamente na qualidade de habitar. E por isso, incentivamos nossos clientes e nossa equipe a desenvolver esse olhar minucioso sobre todos os processos do ato de arquitetar.

Por hoje, conseguimos entender como os volumes se relacionam com os moradores, e como podem influenciar o externo, o entorno, de tal forma que podemos observar na prática como as visadas se dialogam.

Por exemplo, na Fachada 1, conseguimos despertar no observador a curiosidade, o impulso para descobrir e entender o que acontece por dentro do projeto. Isso acontece por conta das barreiras físicas, como o talude, o paisagismo, o desnível da obra, e através das entrelinhas do muxarabi, causamos uma barreira visual e ao mesmo tempo uma permeabilidade.

Já na Fachada 2, conseguimos instigar a imponência do prédio, a chamada de atenção e o símbolo de grandiosidade. Aqui podemos classificar essas sensações, por conta das dimensões do bloco construtivo, bem como a qualidade e disposição dos materiais.

E na Fachada 3, que seria a extensão da Fachada 2, trouxemos o deslumbre, a vontade de pertencer, de estar dentro desse lar. E isso aconteceu, por conta do paisagismo convidativo, por conta da área de lazer completa, pelo visual bonito, e por essa dualidade de percepção (posso ver, mas ao mesmo tempo, não posso).

Para finalizar e agradecer a atenção de vocês até aqui, vou deixar mais algumas imagens que demonstram como essas visadas acontecem de dentro para fora, como essa comunicação, essa dinâmica e complexidade viva do lar acontece de todas as formas possíveis.

Visada do escritório, com acesso ao olhar da rua, jardim e entrada dos carros.

Visada das salas, que possui um visual da amplitude geral, pertencimento e contemplação do pôr do sol.

Visada do lazer, com contemplação dos morros, das matas, gerando a sensação mais gostosa do refúgio.


No vídeo (link abaixo), conseguimos explorar com mais profundidade as explicações sobre o projeto em si. O vídeo esta bem legal, vale a pena assistir :)


Obrigado por lerem até aqui, e já sabem, se tiverem mais dúvidas, nos chame em nossas redes sociais, em nosso WhatsApp e também por e-mail.

 

CASA 40 | DEFINIÇÃO DE VOLUMES E VISADAS

https://www.youtube.com/watch?v=bTQQbyJ230o&t=83s






21 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarii


bottom of page